quarta-feira, 1 de agosto de 2007

A Rendenção pelo amor


A Dama das Camélias, romance de Alexandre Dumas Filho, alcançou grande repercussão em meados do século XIX, caindo no agrado do público francês. A história da bela cortesã que, por amar intensamente, muda de vida e morre de forma digna, conquistou as simpatias da época.
Giuseppe Verdi, um homem sempre muito atento e sensível às produções dramáticas de seu tempo, concebeu “La Traviata” com o nítido propósito de que ela fosse o equivalente musical do drama de Dumas. À época, por mostrar os vários aspectos da vida mundana, houve algum alarido contra a “imoralidade da ópera”, porém o argumento contrário de que era “uma advertência salutar aos jovens...” prevaleceu, ainda porque, de um modo geral, a história encerra algo cristão como o perdão evangélico dado a Madalena.
Homem do mundo, de origem humilde, sensível aos temas populares, mas sempre preocupado com a renovação da ópera, Verdi pintou ao natural a atmosfera vivida pela personagem principal, com uma música “nervosa” e de rara beleza que tem impressionado as platéias que assistem La Traviata.
O contraste da cena inicial em que Violeta recebe os convidados em sua casa em Paris, numa festiva e brilhante reunião, e o ambiente modesto de um apartamento em que ela própria, em sua agonia, manda que a ama reparta o dinheiro que ainda lhe sobra com os pobres das ruas, mostra de maneira clara a trajetória da personagem principal rumo à sua transformação radical.
A música de Verdi também nos faz entender esta atmosfera. A base musical do início da ópera é alegre e brilhante, já o final é formado por melodias e harmonias que transmitem uma doce tristeza.
Após haver assistido à encenação de “A Dama das Camélias”, em 6 de fevereiro de 1852, no teatro parisiense Vaudeville, o compositor resolve transformar a história em ópera com o nome de La Traviata, que compôs no curto espaço de seis semanas, com a colaboração do libretista Francesco Maria Piave, obra que viria a tornar-se junto com “Rigoletto” e “Il Trovatore” as criações mais conhecidas de Verdi e que lhe deram o definitivo sucesso mundial.
“La Traviata” é uma das obras de Giuseppe Verdi mais encenadas no mundo inteiro.
A montagem do Teatro Guaíra representa um esforço no sentido de manter vivo o programa operístico, cuja realização é possível graças às parcerias com a iniciativa privada,.
Além de contar com a Orquestra Sinfônica do Paraná, com experiência considerável no gênero, sob a regência de seu maestro titular Alessandro Sangiorgi, e o um Coro de 40 vozes, regido pelo maestro Emanuel Martinez, a montagem tem a direção do tcheco Mgr. Ludek Golat, Diretor do Teatro Nacional da Morávia-Silesiana em Praga, República Tcheca, desde 1998. Regista muito requisitado na Europa, Golat ambientou a ópera nos anos 20 do século passado, trazendo-a para um clima mais contemporâneo, sem privar-lhe da beleza e brilhantismo originais.
Os papéis principais serão interpretados pela soprano italiana Luisa Giannini (Violetta Valery), pelo tenor de Belo Horizonte Francisco Simal (Alfredo Germont), pelo barítono catarinense Douglas Hahn (Giorgio Germont) e pelas mezzo sopranos curitibanas Diana Daniel (Flora Bervoix) e Ariadne Oliveira (Annina).
A cenografia e de Carlos Kur, com vários trabalhos de nível internacional; a iluminação é de Nadja Naira e os figurinos de Eduardo Giacomini.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estamos anciosos para o dia da estréia. Parabéns a todos!!!

Anônimo disse...

Excelente!!! Parabéns!!!!